terça-feira, 27 de agosto de 2013

Aprendizagem Cooperativa

Aprendizagem Cooperativa, momento de sensibilização!
A Escola Ananias deu início nesta semana ao Projeto de Aprendizagem Cooperativa, esse projeto visa a superação das dificuldades dos alunos através do estudo em grupo, na própria comunidade do estudante. Olha aí todos levantando a mão e assumindo o compromisso.


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Atividade 5.4 Publicando vídeo do you tube no blog.


Como o professor pode aperfeiçoar as suas aulas.
Caros colegas do curso de Introdução a educação digital, assistam a esse vídeo, ele servirá como apoio a finalização dos nossos projetos.

sábado, 24 de agosto de 2013

Vamos estudar que o ENEM tá chegando!
Marque seu horário no laboratório da escola Ananias e revise os conteúdos com ajuda das aulas no site Descomplica.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Acesso livre na hora do recreio.

LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA -LEI

A LOUSA DIGITAL CHEGOU NA NOSSA ESCOLA.


A Lousa Digital Interativa chegou! E agora?



Elas estão chegando!


Há cerca de uma década os professores se espantavam com a chegada dos computadores à escola. Depois foi o projetor multimídia e a internet e mais recentemente os aparelhos móveis (smartphones, tablets, netbooks e notebooks). Agora é a vez da lousa digital interativa.

Muitas escolas já possuem uma ou mais lousas digitais interativas. O ideal é que elas estivessem presentes em todas as salas de aula, nos laboratórios, nas bibliotecas, nas salas de reuniões e na sala dos professores. Mas, como o seu custo ainda é elevado, essa implantação tende a ser vagarosa (como quase tudo na Educação).

Quando o professor se vê diante da lousa digital interativa pela primeira vez é bem comum um certo ar de espanto e indignação. Afinal, é espantoso que tenham inventado uma “lousa digital” unindo o que há de mais antigo, a lousa, com o que há de mais moderno: a tecnologia digital. E, por outro lado, parece absurdo que governos e escolas invistam altas somas na aquisição de dispositivos digitais modernos e, ao mesmo tempo, se recusem a investir mais e melhor na carreira do professor, na sua formação inicial e continuada, na manutenção dos equipamentos que as escolas já dispõem e no suporte técnico e pedagógico para o uso dessas novas tecnologias.

Seja lá qual for o grau de espanto ou de indignação do professor, o fato concreto é que começa a cair em seu colo “mais uma encrenca” (ou “possibilidade”, conforme a ótica com que se vê a situação): como usar essa “coisa”, geralmente branca, sem muitos botões e aparentemente “vazia”?

O objetivo desse artigo é desmistificar esse apetrecho tecnológico de maneira que o professor que sempre se desviou da lousa, ao passar por perto dela, possa agora aproximar-se mais e utilizá-la, descobrindo alguns de seus possíveis usos.

O bicho não morde!


A primeira coisa a saber sobre a lousa digital é que ela não morde, mas você pode até fazê-la latir se você souber apertar os botões corretos.

A lousa digital interativa não é um aparelho frágil a ponto de quebrar se você tocar nela. Na verdade ela foi construída justamente para ser tocada. Não existe o risco de você “estragá-la usando-a” (sobre esse tema, “estragar usando”, veja um artigo meu de junho de 2008, “Quebrando computadores“, que tratava justamente da questão da falta de uso dos computadores da sala de informática sob a alegação de que “usá-los os quebrariam” e que, apesar de passada meia década, ainda continua sendo um artigo atual para algumas escolas). E, por fim, por incrível que pareça, a lousa digital interativa é mais fácil de lidar do que a lousa comum usada com o giz ou com o pincel atômico.

Embora já exista no mercado diversos modelos de lousas digitais com diferentes tecnologias, o funcionamento básico de todas elas é muito parecido. Mais ou menos como são parecidas as lousas tradicionais, que podem ser verdes, pretas, azuis, brancas, de madeira, de “pedra”, etc., mas funcionam sempre da mesma forma e para o mesmo propósito.

Em alguns modelos você pode interagir com a lousa usando os próprios dedos, em outros usa-se uma caneta especial e, em outros ainda, pode-se usar qualquer objeto. Há lousas de diversos tamanhos, mas normalmente elas têm mais de 70 polegadas (na diagonal). Cada tipo/marca/fabricante de lousa costuma ter um ou mais softwares que facilitam o seu uso, mas todos esses softwares de controle também são parecidos em suas funcionalidades.

sábado, 10 de agosto de 2013

CADASTRO DOS ALUNOS QUE GANHARAM AS SENHAS DO DESCOMPLICA.

Parabéns aos alunos desta escola que com esforço ganharam a assinatura por um 1 mês no site DESCOMPLICA, esses alunos terão acesso livre a aulas pré-gravadas, aulas ao vivo,monitorias online e correção de redação de todas as matérias do ensino médio para que esteja cada vez mais preparado para garantir um vaga na tão sonhada universidade.




quarta-feira, 7 de agosto de 2013

ENEM APLICATIVO


ENEM APLICATIVO – A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) lançou um aplicativo para ajudar estudantes a se prepararem para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A ferramenta é um bando de dados com as questões das provas que foram aplicadas entre os anos de 2009 a 2012.
Acesse o link http://migre.me/fG9YI

PARTICIPANTES PARA O EVENTO
AULA COM PROF. PACHECÃO QUE SERÁ AMANHÃ EM QUIXADÁ.

ANTONIO MICHAEL TEIXEIRA DO NASCIMENTO
ANA KAROLINE GOMES CAVALCANTE
ESTEFANIA NUNES DA SILVA
BRUNA NOGUEIRA DE OLIVEIRA
ANTONIA LUIZA ELISA DA SILVA VIEIRA
ANTONIA LAÍS CONDE LIMA
ANTONIO ROMARIO TORRES
JOSILENE BRAGA ALVES
MARIA LETICIA DE SOUZA SILVA



INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 1º ANO

Bilhete ao futuro



Bela ideia essa de Cristóvam Buarque, ex-reitor da Universidade de Brasília e ex-ministro da Educação, de pedir às pessoas do nosso país que escrevessem um “bilhete ao futuro”. O projeto teve a intenção de recolher, no final dos anos 80, no século passado, uma série de mensagens que seriam abertas em 2089, nas quais os brasileiros expressariam suas esperanças e perplexidades diante do tumultuado presente do fabuloso futuro.
Oportuníssima e fecunda ideia. Ela nos colocou de frente ao século XXI, nos incitou a liquidar de vez o século XX e a sair da hipocondria político-social. Pensar o futuro sempre será um exercício de vida. O que projetar para amanhã? (...)
Affonso Romano de Sant’Anna


1) Os dois parágrafos acima fazem parte do texto cujo autor é Affonso Sant’Anna. Esse tipo de produção textual é chamado de crônica, porque: 
a)   defende um tema. 
b)   tenta ludibriar o leitor. 
c)   faz o registro do dia-a-dia. 
d)   conta uma história antiga. 
e)   exalta as belezas do país amado. 

2) O acontecimento que originou esse texto está relacionado: 
a)   à promoção do reitor da Universidade de Brasília. 
b)   à realização do reitor como mestre da Universidade de Brasília. 
c)   ao pedido feito pelo reitor da Universidade às pessoas de Brasília. 
d)   à liquidação dos problemas do século XX. 
e) ao pedido feito pelo ex-reitor da Universidade de Brasília aos brasileiros. 

3) Segundo o cronista, o bilhete ao futuro: 
a)   incitaria as pessoas a “sair da hipocondria político-social”. 
b)   incitaria as pessoas à revolta social e política no presente e no futuro. 
c)   incitaria as pessoas a liquidarem de vez com as ideias do século XX e do século XXI. 
d)   incitaria as pessoas a escreverem mensagens de desilusão. 
e)   incitaria as pessoas a se comunicarem por bilhetes, algo incomum nos dias atuais. 

4) Segundo o cronista: 
a) futuro jamais deverá ser pensado pelos hipocondríacos político-sociais. 
b) o amanhã é algo imprevisível; sempre haverá momentos tumultuados. 
c) o estímulo à fuga da hipocondria político-social seria a oportunidade que a redação do bilhete oferece. 
d) o povo não queria se comprometer com as políticas sociais da década. 
e) a população tinha muita dificuldade para redigir o bilhete do futuro. 

5) A frase que exprime a conclusão do cronista sobre o significado de escrever um bilhete ao futuro é: 
a)   “O futuro e o presente só interessam ao passado.” 
b)   “O passado é importante e, no futuro, seja o que Deus quiser.” 
c)   “O presente é hoje e não é necessário preocupação com o futuro.” 
d)   “Pensar o futuro é um exercício de vida.” 
e)   “O futuro, a gente deixa para pensar amanhã.” 

6) As mensagens que as pessoas enviariam ao futuro são representadas, no texto, pelas palavras: 
a)   belezas e possibilidades 
b)   esperanças e perplexidades 
c)   angústias e esperanças 
d)   realizações e lembranças 
e)   frustrações e melancolias 

7) O tratamento adequado para se referir ao reitor de uma Universidade é: 
a)   Ilustríssimo Senhor 
b)   Vossa Magnificência 
c)   Excelentíssimo Senhor 
d)   Vossa Senhoria 
e)   Vossa Excelência 

8) As duas vírgulas que aparecem na primeira frase foram empregadas para expressar uma:
a)  explicação 
b)  contrariedade 
c)  adversidade 
d)  enumeração 
e)  oposição 

9) Um ser humano que sofra de hipocondria, segundo o texto, e considerando o sentido conotativo, é assim conhecido por: 
a)   apresentar obesidade descontrolada 
b)   possuir seríssimos  problemas de saúde 
c)   ser extremamente romântico 
d)   isolar-se socialmente 
e)   ser dependente de medicamentos 

10) O pronome ela, destacado no texto, relaciona-se à palavra: 
a)  mensagem 
b)  hipocondria 
c)   esperança 
d)  intenção 
e)  ideia



Professor: que tal pedir aos alunos que escrevam bilhetes ao futuro?



A etiqueta nas redes sociais
Ryana Gonçalves
Ultimamente, temos passado mais tempo no convívio social cibernético do que no convívio social pessoal. Aqui adivinhamos emoções, não há toque, não há olhares silenciosos cheios de significados, não há presença, não há corpo. Há apenas o teclado, o mouse, a tela, o curtir, o compartilhar, o tweetar, retweetar, participar, excluir, bloquear, responder, perguntar.
Apesar de serem espaços sociais diferentes, igualmente vale a etiqueta que aprendemos em casa antes de sair para o mundo.
Todos têm suas manias, receios, ideias, caráter, costumes e essa coisa toda, mas todos devem ser, acima de tudo, RESPEITADOS. Assim como tem aquele cara que nunca posta nada, existe a menina que se expõe demais. Pra ela, pode não ser exagero, mas pros outros sim. Vale o mesmo para caso inverso, existem pessoas sem noção de ambos os sexos, ignorem as estatísticas. Não tem essa de mulher trai menos, homem é mais cafajeste. Aqui é todo mundo igual. Junta a quantidade de gente sem noção, de puritanos, de revolucionários, revoltados, ignorantes e ignorados. Cada um tem algo a dizer, sempre. 
Na realidade, o chato começa quando um começa a reclamar de tal coisa, daí aparece o fulano reclamando do que o ciclano tá reclamando, e aí um monte de gente começa a reclamar dos dois que estão reclamando, e uns começam a reclamar dos outros, e daí já aparecem outros status reclamando... e eu estou reclamando dessa gente que como eu só reclama e não faz nada. 
Vamos trocar ideias? Porque reclamar não acrescenta em nada, só desabafa e daqui a pouco o vazio do desabafo vira mais reclamação, chateação e falta do que fazer.
Mas daí aparece um ser reclamando daquele que posta algo produtivo, que reclama daquele que não posta algo produtivo, segue reclamando, e assim por diante.
Ah, a etiqueta das redes sociais! Que coisa complicada de se entender. Quanto mais a gente tenta colaborar, parece que mais piora. Pedir perguntas no Ask não significa se expor totalmente, compartilhar no Facebook não significa que concorda plena e totalmente com o que está escrito (todos têm o direito de achar legal, simplesmente), curtir não significa "dar em cima" e assim por diante. Temos que entender que assim como temos nossas preferências quanto à comida, e manias quanto as nossas coisas, também tem pessoas com suas particularidades, e ter uma rede social não significa mostrar sua intimidade para o mundo. Ninguém é obrigado a nada.
E sabe o que é uma boa etiqueta, um comportamento muito refinado? Educação. Sim, aprecia-se a boa educação, o respeito, a igualdade. Isso faz falta. Assim como faz falta um bom diálogo frente-a-frente e sair pra dar uma pedalada num dia de sol pra entorpecer o corpo de vitamina D. Pense nisso!
Disponível em: http://thefirstimpressionsofme.blogspot.com.br/ 


1) O texto classifica-se em:
(    ) narrativo
(    ) argumentativo
(    ) informativo
(    ) descritivo
2) A autora usa a expressão de lugar “aqui” para fazer referência a quê?
3) No primeiro parágrafo, separe os elementos e ações que são distinguidas para cada ambiente social. 
4) Por que a palavra "respeitados" foi escrita de forma diferente?
5) Qual é o problema apresentado no texto?
6) O que a autora propõe como forma de amenizar esse problema?
7) Apesar da argumentação se desenvolver acerca das redes sociais, no fim do texto a autora revela sua opinião sobre a importância de nos desprendermos do mundo virtual. O que ela sugere?
8) Elabore um comentário sobre o conteúdo. Lembre-se de que o gênero textual comentário serve para expormos uma curta análise de um determinado assunto, permitindo que manifestemos a nossa opinião, concordando ou discordando.
9) Você já se sentiu incomodado ao ler algo desagradável nas redes sociais? Ou já postou algo e depois se arrependeu?
10) Observe a charge. Escreva de que forma é possível relacioná-la ao tema do texto. 
 





Telegrama
Carlos Drummond de Andrade
Emoção na cidade.
Chegou telegrama para Chico Brito.
Que notícia ruim,
que morte ou pesadelo
avança para Chico Brito no papel dobrado?
Nunca ninguém recebe telegrama
que não seja de má sorte.
Para isso foi inventado.
Lá vem o estafeta com rosto de Parca
trazendo na mão a dor de Chico Brito.
Não sopra a ninguém.
Compete a Chico
descolar as dobras
de seu infortúnio.
Telegrama telegrama telegrama.
Em frente à casa de Chico Brito o voejar múrmure
de negras hipóteses confabuladas.
O estafeta bate à porta.
Aparece Chico, varado de sofrimento prévio.
Não lê imediatamente.
Carece de um copo de água
e de uma cadeira.
Pálido, crava os olhos
nas letras mortais:
Queira aceitar efusivos cumprimentos passagem data natalícia espero merecer valioso apoio distinto correligionário minha reeleição deputado federal quinto distrito cordial abraço.
Atanágoras Falcão.
1) No verso “que morte ou pesadelo”, o que a palavra destacada sugere?
2) O que é um estafeta?
3) Parca, de acordo com a mitologia, é uma das deusas que fiava, dobrava e cortava o fio da vida. Sabendo disso, o que o eu-lírico quis comunicar no verso “Lá vem o estafeta com rosto de Parca”?
4) Explica o significado das expressões: voejar múrmure, negras hipóteses, sofrimento prévio e carece.
5) Explica a diferença entre dia natalício e dia natalino.
6) Há “emoção na cidade”. Por quê?
7) Quem estava confabulando em frente à casa de Chico Brito?
8) Que expressão o poeta usa na 1ª estrofe para se referir ao telegrama?
9) O estafeta mantém sigilo. Que frase informa isso?
10) Na 4ª estrofe, ocorreu a repetição de uma mesma palavra. O que o poeta quis sugerir?
11) No verso “O estafeta bate à porta”, há a repetição de uma mesma consoante. Qual é? O que o poeta pretende com isso?
12) Quem era Atanágoras Falcão?
13) Qual era o objetivo da mensagem enviada no telegrama a Chico Brito?


O açúcar
Ferreira Gullar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça,
água na pele,
flor que se dissolve na boca.
Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina
e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há
hospital nem escola,
homens que não sabem ler e morrem
aos vinte e sete anos
plantaram e colheram a cana
que viria a ser o açúcar.
Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura
produziram este açúcar branco e puro
com que adoço meu café esta manha em Ipanema.
1) Assinale os sinônimos do verbo dissolver no verso: “flor que se dissolve na boca”:
(     ) se desmancha
(     ) se esparrama
(     ) se acaba
(     ) se dilui
2) Marque a alternativa em que a palavra amarga possui o mesmo significado do texto:
(     ) Aquela sobremesa estava amarga.
(     ) Vivia de mau humor; era uma pessoa muito amarga.
(     ) Passamos por uma fase muito amarga, mas agora estamos bem.
3) Marque a alternativa em que a palavra dura possui o mesmo significado do texto:
(     ) Realizamos uma dura tarefa.
(     ) O móvel era feito de madeira muito dura.
(     ) O seu jeito duro afasta as pessoas.
4) Reescreva a frase “homens de vida amarga e dura produziram este açúcar”, substituindo as palavras destacadas por um sinônimo.
5) A que tipo de açúcar o eu-lírico está se referindo?
(     ) ao açúcar mascavo      
(     ) ao açúcar refinado     
(     ) a qualquer tipo de açúcar
6) A que elementos o açúcar é comparado?
7) Descreva o retrospecto que é feito sobre o açúcar.
8) Na última estrofe, o que se opõe à doçura do açúcar? 
9) Por que os homens que trabalham nas usinas fabricando o açúcar têm a vida amarga?
10) Escreva com as suas palavras a mensagem que o poeta deseja transmitir.

Interpretação e acentuação ( 1º ano)

TEXTO 1:
Defenestração
Certas palavras têm o significado errado. Falácia, por exemplo, devia ser o nome de alguma coisa vagamente vegetal. As pessoas deveriam criar falácias em todas as suas variedades. A Falácia Amazônica. A misteriosa Falácia Negra. Hermeneuta deveria ser o membro de uma seita de andarilhos herméticos. Onde eles chegassem, tudo se complicaria.
– Os hermeneutas estão chegando!
– Ih, agora é que ninguém vai entender mais nada…
Os hermeneutas ocupariam a cidade e paralisariam todas as atividades produtivas com seus enigmas e frases ambíguas. Ao se retirarem deixariam a população prostrada pela confusão. Levaria semanas até que as coisas recuperassem o seu sentido óbvio. Antes disso, tudo pareceria ter um sentido oculto. (...)
Traquinagem devia ser uma peça mecânica.
– Vamos ter que trocar a traquinagem. E o vetor está gasto.
Mas nenhuma palavra me fascinava tanto quanto defenestração. A princípio foi o fascínio da ignorância. Eu não sabia o seu significado, nunca lembrava de procurar no dicionário e imaginava coisas. Defenestrar devia ser um ato exótico praticado por poucas pessoas. Tinha até um certo tom lúbrico.
Galanteadores de calçada deviam sussurrar no ouvido das mulheres:
– Defenestras?
A resposta seria um tapa na cara. Mas algumas… Ah, algumas defenestravam.
Também podia ser algo contra pragas e insetos. As pessoas talvez mandassem defenestrar a casa. Haveria, assim, defenestradores profissionais. Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os documentos formais? “Nestes termos, pede defenestração…” Era uma palavra cheia de implicações. Devo até tê-la usado uma ou outra vez, como em:
– Aquele é um defenestrado.
Dando a entender que era uma pessoa, assim, como dizer? Defenestrada. Mesmo errada, era a palavra exata. Um dia, finalmente, procurei no dicionário. E aí está o Aurelião que não me deixa mentir. “Defenestração” vem do francês “defenestration”. Substantivo feminino. Ato de atirar alguém ou algo pela janela.
Ato de atirar alguém ou algo pela janela! Acabou a minha ignorância, mas não a minha fascinação. Um ato como este só tem nome próprio e lugar nos dicionários por alguma razão muito forte. Afinal, não existe, que eu saiba, nenhuma palavra para o ato de atirar alguém ou algo pela porta, ou escada abaixo. Por que, então, defenestração?
Talvez fosse um hábito francês que caiu em desuso. Como o rapé. Um vício como o tabagismo ou as drogas, suprimido a tempo. (...)
Quem entre nós nunca sentiu a compulsão de atirar alguém ou algo pela janela? A basculante foi inventada para desencorajar a defenestração. Toda a arquitetura moderna, com suas paredes externas de vidro reforçado e sem aberturas, pode ser uma reação inconsciente a esta volúpia humana, nunca totalmente dominada. Na lua-de-mel, numa suíte matrimonial no 17º andar.
– Querida…
– Mmmm?
– Há uma coisa que preciso lhe dizer…
– Fala, amor!
– Sou um defenestrador.
E a noiva, em sua inocência, caminha para a cama:
– Estou pronta para experimentar tudo com você!
Em outra ocasião, uma multidão cerca o homem que acaba de cair na calçada. Entre gemidos, ele aponta para cima e balbucia:
– Fui defenestrado…
Alguém comenta:
– Coitado. E depois ainda atiraram ele pela janela?
Agora mesmo me deu uma estranha compulsão de arrancar o papel da máquina, amassá-lo e defenestrar esta crônica. Se ela sair é porque resisti.
Luis Fernando Verissimo
1. De acordo com esse texto, o que é defenestração?
a) Dedetizar insetos pelas ruas.
b) Fazer solicitação ao juiz.
c) Galantear alguém nas calçadas.
d) Atirar algo ou alguém pela janela.
e) Uma peça mecânica.
2. Considerando-se o conjunto de informações do texto, o narrador se diz fascinado pela palavra defenestração, porque:
a) ele desconhecia o significado da palavra.
b) ele imaginava o significado da palavra como algo exótico.
c) ele imaginava o significado da palavra como algo proibido.
d) ele ligava a palavra à linguagem jurídica ou técnica.
e) ele se encantava com a palavra, primeiro por causa dos significados que imaginava para ela, depois por causa do significado dicionarizado dela.
3. No decorrer do texto, o narrador imaginava possíveis significados para defenestração. Pela ordem, poderíamos dizer que ele atribuía à palavra os seguintes sentidos:
a) conduta sexual não convencional, dedetização, deferimento.
b) prática ilegal, arrumação, requerimento.
c) xingamento, cuidados domésticos, documento formal.
d) indiscrição, arrumação, providências.
e) conduta imprópria, consertos, aprovação.
4. No trecho Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os documentos formais, o narrador utiliza misteriosas referindo-se:
a) ao fato de que as palavras sempre podem ser utilizadas de várias maneiras.
b) ao fato de que a linguagem formal (jurídica, no caso) utiliza palavras cujo significado é desconhecido pela maioria das pessoas.
c) ao fato de que as pessoas em geral não se preocupam em ler os documentos formais.
d) ao fato de haver baixo nível de formação escolar neste país.
e) ao fato de as palavras sempre possuírem significados ocultos.
5. Depois de descobrir o real significado de defenestração, o narrador continua fascinado pela palavra porque:
a) o significado dela remete a um ato pouco comum, e ele fica imaginando as razões da existência de tal palavra.
b) ele não havia pensado na possibilidade do significado real.
c) ele não vê utilidade na palavra.
d) ele não se mostra favorável a estrangeirismos.
e) o significado da palavra remete a uma ação que não praticamos em nossa cultura.
6. A princípio foi o fascínio da ignorância. Nesta frase, as palavras receberam acento por serem:
a) proparoxítonas.
b) paroxítonas terminadas em o.
c) paroxítonas terminadas em ditongo crescente.
d) proparoxítonas terminadas em ditongo crescente.
e) paroxítonas terminadas em a.
7. E está o Aurelião que não me deixa mentir. A palavra destacada é acentuada pelo mesmo motivo de:
a) nó                                                        
b) táxi                                         
c) até
d) dói
e) contribuí
8. Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra de: exótico, até e dicionário.
a) óculos, café, água
b) lâmina, ré, aquário
c) biólogo, pé, necessária
d) comprássemos, fé, língua
e) impaciência, você, dúvida
9. Marca o item em que necessariamente o vocábulo deve receber acento gráfico:
a) esta                                                     
b) proprio
c) rape                                      
d) habito
e) vicio
10. Assinala a alternativa correta:
a) Na primeira frase do texto, a palavra têm foi empregada com acento para diferenciar o plural.
b) Assim como lua-de-mel, a palavra auto-escola deve ser escrita com hífen.
c) São exemplos de proparoxítonas: mecânica, herméticos, óbvio.
d) “Defenestração” vem do francês... Nesse trecho, a palavra destacada é uma forma do verbo ver.
e) amassá-lo recebe acento por se tratar de uma proparoxítona.    


TEXTO 2: 
 
Os três pássaros do rei Herodes
(lenda)
Pela triste estrada de Belém, a Virgem Maria, tendo o Menino Jesus ao colo, fugia do rei Herodes.
Aflita e triste ia em meio do caminho quando encontrou um pombo, que lhe perguntou:
– Para onde vais, Maria?
– Fugimos da maldade do rei Herodes, – respondeu ela.
Mas como naquele momento se ouvisse o tropel dos soldados que a perseguiam, o pombo voou assustado.
Continuou Maria a desassossegada viagem e, pouco adiante, encontrou uma codorniz que lhe fez a mesma pergunta que o pombo e, tal qual este, inteirada do perigo, tratou de fugir.
Finalmente, encontrou-se com uma cotovia, que, assim que soube do perigo que assustava a Virgem, escondeu-a e ao menino, atrás de cerrado grupo de árvores que ali existia.
Os soldados de Herodes encontraram o pombo e dele souberam o caminho seguido pelos fugitivos.
Mais para a frente a codorniz não hesitou em seguir o exemplo do pombo.
Ao fim de algum tempo de marcha, surgiram à frente da cotovia.
– Viste passar por aqui uma moça com uma criança no regaço?
– Vi, sim – respondeu o pequenino pássaro – Foram por ali.
E indicou aos soldados um caminho que se via ao longe. E assim afastou da Virgem e de Jesus os seus malvados perseguidores.
Deus castigou o pombo e a codorniz.
O primeiro, que tinha uma linda voz, passou a emitir, desde então, um eterno queixume.
A segunda passou a voar tão baixo, tão baixo, que se tornou presa fácil de qualquer caçador inexperiente.
E a cotovia recebeu o prêmio de ser a esplêndida anunciadora do sol a cada dia que desponta.
1. O texto é uma lenda porque:
a)     faz menção a uma passagem bíblica do Novo Testamento.
b)     narra uma história fantasiosa transmitida pela tradição oral.
c)      faz uma revelação importante.
d)     está baseado num fato histórico, que realmente aconteceu.
e)     os animais falam.
2. Com relação à expressão “Pela triste estrada de Belém”, podemos afirmar que:
a)   a paisagem era deserta, sem árvores.
b)   o autor estava triste quando escreveu o texto.
c)    Maria estava angustiada e triste e, com isso, todo o ambiente parecia triste.
d)   essa é uma pista que o narrador nos dá de que o desfecho será ruim.
e) o caminho era muito longo e assim deixava a impressão de tristeza.
3. Assinala o único item que NÃO se aplica nem ao pombo nem à codorniz:
a)     covardia
b)     medo
c)      egoísmo
d)     coragem
e)     delação
4. A codorniz não hesitou em seguir o exemplo do pombo. O exemplo da:
a)     fuga
b)     mentira
c)      violência
d)     amizade
e)     delação
5. Assinala o item que caracteriza a cotovia:
a)     solidária
b)     delatora
c)      orgulhosa
d)     esquiva
e)     sarcástica
6. Como castigo, a linda voz do pombo passou a ser um:
a)   pio
b)   gorjeio
c)    latido
d)   uivo
e)   arrulho
7. De acordo com o texto, a cotovia canta:
a)     na aurora
b)     de madrugada
c)      ao meio-dia
d)     ao anoitecer
e)     no pôr-do-sol
8. A codorniz “passou a voar tão baixo, tão baixo, que se tornou presa fácil de qualquer caçador inexperiente.” A expressão grifada dá a ideia de:
a)     condição
b)     consequência
c)      causa
d)     tempo
e)     finalidade
9. Assinala a alternativa em que NÃO há correspondência entre a explicação e a significação da palavra no texto:
a)     inteirada do perigo: cientificada do perigo
b)     cerrado grupo de árvores: compacto grupo de árvores
c)      com uma criança no regaço: com uma criança na garupa
d)     não hesitou em seguir o exemplo: não titubeou em seguir o exemplo
e)     cada dia que desponta:  cada dia que surge
10. A cotovia deu aos perseguidores uma pista falsa porque:
a)     era mentirosa.
b)     queria se vingar das outras aves.
c)      era inimiga de Herodes.
d)     sabia que poderia ser punida por Deus.
e)     queria salvar a Virgem Maria e o Menino Jesus.



TEXTO 3:
Oração sem nome
O autor desse poema, quem o sabe? Foi encontrado em pleno campo de batalha, no bolso de um soldado americano desconhecido; do rapaz estraçalhado por uma granada, restava apenas intacta esta folha de papel.
Escuta, Deus:
jamais falei contigo.
Hoje quero saudar-te. Bom dia! Como vais?
Sabes? Disseram-me que tu não existes,
e eu, tolo, acreditei que era verdade.
Nunca havia reparado a tua obra.
Ontem à noite, da trincheira rasgada por granadas,
vi teu céu estrelado
e compreendi então que me enganaram.
Não sei se apertarás a minha mão.
Vou te explicar e hás de compreender.
É engraçado: neste inferno hediondo
achei a luz para enxergar o teu rosto.
Dito isto, já não tenho muita coisa a te contar:
só que... que... tenho muito prazer em conhecer-te.
Faremos um ataque à meia-noite.
Não sinto medo.
Deus, sei que tu velas...
Há! É o clarim! Bom Deus, devo ir embora.
Gostei de ti... vou ter saudade... Quero dizer:
será cruenta a luta, bem o sabes,
e esta noite pode ser que eu vá bater-te à porta!
Muito amigos não fomos, é verdade.
Mas... sim, estou chorando!
Vês, Deus, penso que já não sou tão mau.
Bem, Deus, tenho de ir.
Sorte é coisa bem rara.
Juro, porém: já não receio a morte.
(Rose Marie Muraro e Frei Raimundo Cintra, As mais belas orações de todos os tempos)
1. O tratamento com que o jovem soldado se dirigiu a Deus foi um tratamento:
a)     familiar
b)     irreverente               
c)      reverencial
d)     cerimonioso
                                                
2. Antes da guerra, para o jovem, Deus simplesmente:
a)     estava afastado
b)     não era considerado um amigo 
c)      não existia   
d)     não atendia às suas orações      
3. A frase que está de acordo com a questão anterior é:
a)     “Escuta, Deus”                   
b)     “Disseram-me que tu não existes... e eu, tolo, acreditei”
c)      “Muito amigos não fomos”
d)     “...vi teu céu estrelado”                 
4. A descoberta de Deus pelo soldado americano veio através:
a)     da luta cruenta                   
b)     do soar do clarim   
c)      da trincheira rasgada por granadas
d)     do céu estrelado
5. O pressentimento da morte aparece numa das expressões do soldado. Que expressão mostra essa possibilidade?
a)     “Muito amigos não fomos, é verdade”
b)     “...e esta noite pode ser que eu vá bater-te à porta”
c)      “Bem, Deus, tenho de ir”
d)     “...será cruenta a luta”
6. “Não sinto medo”. Essa frase pode ser resumida em apenas uma palavra:
a)     coragem                                            
b)     otimismo                  
c)      ilusão
d)     temor
7. A expressão que melhor traduz o ambiente de guerra é:
a)     “Achei a luz...”
b)     “...será cruenta a luta”
c)      “... inferno hediondo”                    
d)     “Deus, sei que tu velas...”
8. O encontro com Deus despertou no jovem soldado uma visão de seu mundo interior. Dessa visão, ele concluiu que:
a)     “Sorte é coisa bem rara”                                      
b)     “... tenho muito prazer em conhecer-te”
c)      “Muito amigos não fomos, é verdade”
d)     “... já não sou tão mau”
9. A frase que revela a comoção e o arrependimento do jovem é:
a)     “Bom dia!”                
b)     “Gostei de ti...”
c)      “Mas... sim, estou chorando!”
d)     “...vou ter saudade”
10. A alternativa INCORRETA a respeito do texto é:
a) O soldado anônimo, em sua análise existencial, confronta conceitos que antes julgava estarem certos.  
b) Por se tratar de um texto poético, há o emprego da linguagem conotativa, como no uso da expressão inferno hediondo, para se referir ao cenário da guerra.
c) A palavra oração, presente no título, justifica-se devido ao diálogo proposto pelo jovem com Deus. 
d) Caso fosse suprimida a introdução precedente ao poema, a interpretação não seria prejudicada, uma vez que inexistem informações importantes no trecho.
11. Assinala a alternativa correta sobre as palavras do texto:
a)    Se retirarmos o acento de apertarás, originar-se-á uma nova palavra.
b)    A palavra ataque é proparoxítona.
c)    Compreender recebia acento, mas isso mudou com a Reforma Ortográfica.
d)    As únicas monossílabas do texto são: só, já, hás.
12. Em qual dos itens abaixo a acentuação gráfica NÃO está devidamente justificada?
a)  será: vocábulo oxítono terminado em A
b)  porém: vocábulo oxítono terminado em EM
c)   há: vocábulo oxítono terminado em A
d)   céu: vocábulo com ditongo aberto
13. Assinala a palavra com ditongo aberto que NÃO recebe mais acento:
a)  trofeu
b)  colmeia
c)   papeis
d)  ceu
14. Marca a alternativa que preenche as lacunas da frase: Os ______ de ______ exercem as atividades ______.
a)   microempresários, Ijuí, tranquilamente
b)   micro-empresários, Ijuí, tranquilamente
c)    micro-empresários, Ijui, tranqüilamente
d)   microempresários, Ijuí, tranqüilamente
15. Por serem proparoxítonos, deveriam estar acentuados todos os vocábulos da opção:
a)   rubrica, versiculo, hospede
b)   arcaico, camera, avaro
c)    leucocito, alcoolatra, folclorico
d)   periodo, tematico, erudito
16. Qual dos hiatos NÃO deve ser acentuado?
a)   saude
b)   contribuia
c)    tainha
d)   caido



TEXTO 4:  

terça-feira, 19 de abril de 2011

What?

Quando ouvi falar do projeto do deputado Carrion de restringir o uso de palavras estrangeiras no Rio Grande do Sul, até achei bacana, embora inócuo. Sempre achei um saco aquelas pessoas que, na tentativa furada de conseguir algum tipo de distinção, dizem que precisam de um feedback no lugar de um retorno, ou que querem printar alguma coisa ao invés de imprimir. Para alguns parece que empregar o vocabulário do inglês, por exemplo, dá àqueles que o usam a mesma sofisticação de alguém que mora em Nova Iorque tem (ou não). Daí eu vi que o deputado queria que trocassem mouse por rato e já deixei de simpatizar com a ideia.
Aliás, a forma como algumas pessoas se expressam mostram muito uma certa "carência" que sentem. O caso clássico disso é o ambiente de trabalho. Quanto maior o uso de termos técnicos desnecessários, maior é a necessidade de pedir um esclarecimento. Para se sentirem úteis, importantes, alguns começam a falar em código para que possam traduzir para os leigos o seu conhecimento.
In: http://ccdoarnaldo.blogspot.com/2011/04/what.html
1. A única palavra que não é acentuada pelo mesmo motivo de carência é:
a) topázio
b) água
c) troféu
d) paciência
e) inteligência
2. Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra de: código, já e inócuo.
a) óculos, guaraná, Cláudio
b) lâmina, Cuiabá, aquário
c) biólogo, está, necessária
d) comprássemos, chá, língua
e) impaciência, sofá, dúvida
3. Marca o item em que necessariamente o vocábulo deve receber acento gráfico:
a) da                                 
b) uteis                     
c) alias
d) ate
e) dai
4. Pela Reforma Ortográfica, a palavra ideia, empregada no texto, não possui mais acento por ser uma paroxítona com ditongo aberto. A que outra palavra se aplica essa regra?
a) doi
b) ceu
c) assembleia
d) heroi
e) girassois 
5. Assinala a alternativa incorreta:
a) Algumas letras estrangeiras que aparecem no texto não pertencem ao alfabeto português.
b) Caso agregássemos o prefixo ante à palavra projeto, o vocábulo seria escrito sem hífen (anteprojeto).
c) até, inglês e invés são acentuadas pela mesma regra.
d) alguém que mora em Nova Iorque tem... Nesse trecho, o sujeito está no singular e, por isso, a forma verbal tem não recebe acento.
e) clássico recebe acento por se tratar de uma proparoxítona.   


TEXTO 5:
 
O velho e o sítio
Encontrar aberta a cancela do sítio me perturba... Penso nos portões dos condomínios, e por um instante aquela cancela escancarada é mais impenetrável. Sinto que, ao cruzar a cancela, não estarei entrando em algum lugar, mas saindo de todos os outros. Dali avisto todo o vale e seus limites, mas ainda assim é como se o vale cercasse o mundo e eu agora entrasse num lado de fora. Após a besta hesitação, percebo que é esse mesmo o meu desejo. Piso o chão do sítio e caio fora. Piso o chão do sítio, e para me garantir decido fechar a cancela atrás de mim. Só que ela está agarrada ao chão, incrustada e integrada ao barro seco. Quando deixei o sítio pela última vez, há cinco anos, devo ter largado a cancela aberta e nunca mais ninguém a veio fechar.
(...) o velho sentado no tamborete faz um grande esforço para erguer a cabeça, e é o tempo que necessitava para reconhecer nosso antigo caseiro. Deixou crescer os cabelos que, à parte as raízes brancas, parecem ter mergulhado num balde de asfalto. A pele do seu rosto resultou mais pálida e murcha do que já era, e ele me fita com um ar interrogativo que não consigo interpretar; talvez se pergunte quem sou eu. Penso em lhe dar um tapa nas costas e dizer “há quantos anos, meu tio”, mas a intimidade soaria falsa. Meu pai entraria soltando uma gargalhada na cara do velho, passaria a mão naquele cabelo gorduroso, talvez chutasse o tamborete e dissesse “levanta daí, sacana!”. Meu pai tinha talento para gritar com os empregados; xingava, botava na rua, chamava de volta, despedia de novo, e no seu enterro estavam todos lá. Eu, se disser “há quantos anos, meu tio”, pode ser que o ofenda, porque é outro idioma.
Sem aviso, o velho dá um pulo de sapo e vai para o centro da cozinha, apontando para mim. Usa o calção amarrado com barbante abaixo da cintura, e suas pernas cinzentas ainda são musculosas, as canelas finas; é como se ele fosse de uma raça mista, que não envelhecesse por igual. Aproxima-se com molejo de jogador, mas com o tórax cavado e os braços caídos, papeira, a boca de lábios grossos aberta com três dentes, os olhos azuis já encharcados. E abraça-me, beija-me, recua um passo, fica me olhando como um cego olha, não nos olhos, mas em torno do meu rosto, como que procurando minha aura. “Deus lhe abençoe, Deus lhe abençoe”, diz. Depois pergunta “que é de Osbênio?, Que é de Clair?” e entendo que ele esperava outra pessoa, algum parente, quem sabe.
Um cacho de bananas verdes no chão da cozinha lembra-me que passei o dia a chá e bolacha. Na geladeira, que é um móvel atarracado de abrir por cima, encontro um jarro d’água, uma panela com arroz e uma tigela de goiaba em calda. Instalo-me com a tigela à mesa, onde antigamente os empregados comiam. O velho adivinha que pretendo passar uns tempos no sítio, e emociona-se novamente. Cai sentado na cadeira ao lado, e seus olhos voltam a se encharcar, desta vez com lágrimas azedas. Conta o velho que a mulher morreu há dois anos, que ele mesmo está muito doente, que os filhos sumiram no mundo. Tapa uma narina para assuar a outra, e conta que com ele só restaram as crianças. Que os outros, os de fora, foram chegando e dominando tudo, o celeiro, a casa de caseiro, a casa dos hóspedes, e contrataram gente estranha, e derrubaram a estrebaria e comeram os cavalos. E que os outros, os de fora, só estão esperando ele morrer para tomar posse da casa, por isso que ele dorme ali na despensa, e os netos espalhados na sala e pelos quartos. Conta que os patrões nunca aparecem, mas, quando aparecerem, vão ter um bom dum aborrecimento.
(BUARQUE, Chico. Estorvo. São Paulo: Companhia das Letras, 1991, p 24-27)
1. Qual das alternativas abaixo apresenta um objeto não escrito no texto?
a) tigela            b) geladeira              c) panela          d) mesa           e) fogão
2. Assinala a alternativa correta, que corresponde ao primeiro parágrafo do texto:
a) A cancela que se encontra aberta, está agarrada no chão, incrustada e integrada ao barro seco...
b) A cancela do sítio perturba o narrador, porque ela representa o limite entre o que está dentro e o que está fora do mundo.
c) A cancela escancarada ficou assim por menos de cinco anos.
d) Cancela e portões de condomínio são similares, isto é, custam a fechar.
e) A cancela aberta é impenetrável, conforme desejo expresso do narrador.
3. Assinala a alternativa correta, que corresponde à descrição física do velho:
a) Seus cabelos têm cor igual à cor dos olhos.
b) Suas pernas, que já foram musculosas, agora são finas.
c) O seu tórax é cavado, tem papeira, e a sua boca de lábios grossos permitem ver três dentes.
d) Usa barbante para amarrar seus cabelos brancos.
e) A pele de seu rosto é morena, e os braços estão caídos.
4. Com relação ao vocabulário empregado no texto, assinala a alternativa correta:
a) A palavra incrustada significa fragmentada.
b) O adjetivo atarracado equivale a encurvado.
c) O emprego da palavra velho tem sentido conotativo, figurado.
d) A expressão pulo de sapo equivale à expressão pulo de gato.
e) Na frase: ...por isso ele dorme ali na despensa, o termo destacado significa repartimento da casa onde se guardam mantimentos.
5. Com relação ao último parágrafo, assinala a alternativa que demonstra a apreensão do antigo caseiro com o futuro do sítio:
a) “Na geladeira, que é um móvel atarracado de abrir por cima, encontro um jarro d’água, uma panela com arroz e uma tigela de goiaba em calda.”
b) “O velho adivinha que pretendo passar uns tempos no sítio...”
c) “Cai sentado na cadeira ao lado, e seus olhos voltam a se encharcar, desta vez com lágrimas azedas.”
d) “...e conta que com ele só restaram as crianças.”
e) “Conta que os patrões nunca aparecem, mas, quando aparecerem, vão ter um bom dum aborrecimento.”